Presença constante de baleias e golfinhos indica que RJ pode voltar a ser área de reprodução, diz especialista

Presença constante de baleias e golfinhos indica que RJ pode voltar a ser área de reprodução, diz especialista A orla do Rio de Janeiro tem registrado um n...

Presença constante de baleias e golfinhos indica que RJ pode voltar a ser área de reprodução, diz especialista
Presença constante de baleias e golfinhos indica que RJ pode voltar a ser área de reprodução, diz especialista (Foto: Reprodução)

Presença constante de baleias e golfinhos indica que RJ pode voltar a ser área de reprodução, diz especialista A orla do Rio de Janeiro tem registrado um número crescente de avistamentos de baleias jubarte e golfinhos nos últimos anos. Os animais, que migram da Antártida em busca de águas mais quentes para reprodução, estão cada vez mais próximos da costa — e, segundo especialistas, o fenômeno pode indicar que o litoral fluminense volte a ser uma área de reprodução dessas espécies. “As baleias jubarte estão voltando a se recuperar populacionalmente e reocupando antigas áreas de distribuição que ocupavam no passado, e o Rio de Janeiro é uma dessas áreas", explicou a bióloga Liliane Lodi, do Projeto Baleia Jubarte. "A presença de filhotes muito pequenos e de grupos reprodutivos pode ser um indício de que, daqui a alguns anos, o Rio também se transforme numa área de reprodução e cria, o que vai ser um presente para os cariocas", celebrou a bióloga. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias do RJ em tempo real e de graça Muitos flagrantes Imagens registradas por drones em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos, mostram uma mãe jubarte com seu filhote, possivelmente nascido na região. O Avistamento de Baleias e Golfinhos, atualmente, é uma atividade de grande impacto turístico. Projeto Baleia à Vista Em outro flagrante, mais de 300 golfinhos nadavam ao lado de baleias jubarte, a poucos metros da costa, atraindo a atenção de moradores e turistas. A presença desses animais no litoral fluminense tem aumentado ano após ano. A temporada de migração das jubartes vai de junho a outubro, quando elas deixam as águas geladas da Antártida em direção ao litoral brasileiro, especialmente à região de Abrolhos, no sul da Bahia — principal berçário da espécie. LEIA TAMBÉM: Passeios para ver baleias no Rio: veja preços, regras e empresas que oferecem o serviço Caça afastou animais A história das jubartes no Rio remonta ao século XVIII, quando a Pedra do Arpoador era usada como ponto de observação para a caça de baleias com arpões. A prática foi proibida em 1987, e, desde então, os cetáceos têm retornado ao litoral, agora sem ameaças. Pinguim é flagrado na praia do Arpoador Além das baleias e golfinhos, pinguins vindos da Patagônia também têm sido avistados em diversas praias do estado. Só neste mês, foram registrados em Búzios, Arraial do Cabo, Angra dos Reis e em pontos da capital como Leme, São Conrado e Praia da Reserva. Na última segunda-feira (14), um pinguim foi resgatado na Praia de São Conrado pelo Corpo de Bombeiros. O animal estava fora da água, aparentemente cansado, mas sem ferimentos. Foi encaminhado ao Jardim Botânico para avaliação veterinária. Presença constante de baleias e golfinhos indica que RJ pode voltar a ser área de reprodução, diz especialista Reprodução TV Globo O major Fábio Contreiras, porta-voz do Corpo de Bombeiros, orienta a população a não tocar nos animais e acionar imediatamente os bombeiros, em casos de aproximação. "A gente sempre recomenda não mexer nesses animais. O pinguim, por exemplo, muita gente acha que precisa colocar numa bacia com gelo. Não. A temperatura média corporal é de 39 a 40 graus. Ele está com hipotermia, muito frio, perdeu muita energia. Nesses casos, o correto é chamar o Corpo de Bombeiros imediatamente para fazer o resgate e a inserção correta na natureza", explicou. A bióloga Liliane Lodi reforça a importância de manter distância e respeitar os animais. "A gente tem que cuidar com muito carinho, com muito respeito. Respeito é bom e elas gostam. E nós gostamos também, né? Todos gostamos de respeito", comentou Lodi. Golfinhos na costa da Zona Oeste do Rio Junior Alves/TV Globo Do alvo à proteção Durante séculos, o litoral do Rio de Janeiro foi um dos principais centros de caça às baleias no Brasil, com destaque para as espécies jubarte e franca. A prática, que começou no período colonial, visava a extração de óleo, ossos e barbatanas, e se intensificou com o uso de tecnologias industriais no século XX. O impacto foi devastador: populações inteiras foram quase extintas. A virada começou com a proibição da caça à baleia-azul em 1967 e se consolidou com a Lei nº 7.643, de 1987, que protege todos os cetáceos no Brasil. Desde então, o litoral fluminense passou de cenário de exploração para refúgio. Atualmente, com a recuperação das populações, as baleias voltam a cruzar a costa do Rio, agora como símbolo de conservação e atração para o turismo e a educação ambiental.